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sábado, 4 de abril de 2015
quinta-feira, 2 de abril de 2015
O VIGÉSIMO NONO DIA
O vigésimo nono dia
Texto adaptado do livro
tempos Históricos, de Enzo Tiezzi, tradução de Frank Roy Cintra Ferreira e Luiz
Eduardo de Lima Brandão, Ed. Nobel, São Paulo, 1988.
Lester Brow
iniciou um de seus livros, o vigésimo nono dia, com uma pequena história: “
Para ensinar às crianças noções de crescimento exponencial, os professores
franceses se valem de uma charada. Em uma lagoa flutua uma folha de árvore. A
cada dia eu passa, o número de folhas dobra: duas no segundo dia, quatro no
terceiro, oito no quarto e assim por diante. Se a lagoa fica inteiramente
coberta de folhas no trigésimo dia. Quando ficou coberta pela metade?Resposta:
No vigésimo nono dia”.
A
lagoa corresponde ao nosso planeta, e as folhas, a seus habitantes humanos.
Talvez o plante já esteja coberta pela metade e, desta até a próxima geração,
poderá se tornar repleto de gente. Aqui e ali, grupos de folhas estão se
adensando junto às margens da lagoa, prenunciando o dia em que estará
inteiramente coberta. O risco maior é que podemos eixar passar os sinais
da iminente saturação, ou interpretá-los
de modo errôneo.
O
trigésimo dia não oferece possibilidades de sobrevivência. É preciso não chegar
a ele, e o caminho é limitar o crescimento demográfico, o consumo energético etc.., e o desenvolvimento
de uma verdadeira “consciência de espécie”
As
coisas, é claro, não são simples. A questão demográfica apresenta relações
complexas nos planos politico, social, econômico, biológico, etc. Tentaremos
analisar alguns pontos, sem a pretensão de resolver o problema, mas procurando
oferecer subsídios à pesquisa e a reflexão.
“um
suíço consome o mesmo que quarenta somalis”. Esse me parece um ponto
fundamental. A resposta ao crescimento demográfico, sob o ponto de vista de um
europeu, poderia ser: A Europa se aproxima do crescimento zero; o problema,
portanto, é dos países od terceiro mundo.
O
Crescimento demográfico é também um problema dos países industrialmente desenvolvidos,
pois estes rapinam alimentos, energia e recursos de todo o planeta. Tem mais impacto um nascimento nos países
industrialmente avançados do que quarenta nascimentos no terceiro mundo. Não
tem sentido falar em crescimento demográfico e se não o vincularmos ao problema
global a produção e da distribuição dos
recursos.
‘’Paradoxalmente, o aumento demográfico também está ligado ao grau de
desenvolvimento no campo da medicina. A população cresce não apenas porque há
mais nascimentos, mas também porque a
duração média da vida humana tem aumentado. A média de vida era de 3o
anos em 1650, e hoje é mais de 60 anos. Isso não quer dizer, obviamente, que a
ciência médica não deva ser utilizada, mas apenas que é interessante levar
também esse parâmetro nas futuras previsões de crescimento populacional,
programando os nascimentos e os recursos de maneira consequente
Amabis e Martho. Editora moderna,
1995, pag. 385
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